segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Notícias Diárias

Na rua, o mendigo, ou doido, dança sozinho, faz poses de artes de marciais e avança — meio corajoso meio precavido — para dentro do asfalto, onde ônibus lhe passam rentes. Um mendigo desconhecido. Ou doido. Não o doido de todo dia, aquele bêbado que misteriosamente aparece volta e meia asseado, algum favor de vizinho, quem sabe um emprego. O novo homem não dura uma semana, já-já estará na sarjeta de novo. Não, é um doido novo, o das poses marciais. Quase não faz barulho, de vez em quando o canto estridente, anúncio de golpe no ar. Não se vê o adversário, mas e daí? Ninguém o vê.
Passantes o ignoram como a um outdoor mal feito. E eis que surge o outro mendigo, o bêbado, o conhecido da vizinhança. Está num dia razoável, anda com ajuda de bengala, mas não disfarça a surpresa de ver o outro tomar-lhe a cena no pedaço. Diminui o passo, depois olha para trás. Para, volta a andar. E daí?, terá pensado, ninguém o vê. A ele, o louco tradicional, todos veem. Não o explicam, mas o veem: o outdoor bem feito mas datado, puseram ali e esqueceram. A vista conhece, mas não se esforça mais para entender.
Ao atravessar a rua, é só desviar da dança mendiga e procurar um recanto mais profundo para depositar com sucesso o presente vivo de seu despertar. Depois correr à garagem e fazer o carro tirar o atraso. Qual é mesmo a pauta da reunião de hoje?
Aparentemente não havia relação entre os fatos: um peixe pousou em sua varanda esta manhã, e lá de cima ele vê um novo mendigo dançando na esquina. Décimo-segundo andar. Catou o jornal na porta como sempre, do meio do sono desarrumado lembra de ter visto mulher e crianças saindo a caminho da rotina matinal, rumou para a varanda em busca de um pouco de sol. Como sempre. Foi quando o eletrizou um sobressalto de pisar escorregando em algo mole e molhado, gelado, brilhante justo no raio de sol quando desliza até bater no vidro fumê que demarca a varanda. Um peixe!
Um peixe... Não, não tem asas, não é peixe voador. Mas se mexe, está vivo! Um pouco ferido mas... um peixe vivo na varanda do seu décimo-segundo andar! Como pode, um peixe vivo? O olho rútilo parece fixo nele, mas sem expressão. A vida vem das guelras que se abrem e fecham, das escamas ainda coloridas. E agora, o quê? O bicho é grande, mais de um palmo, não coube no pequeno balde a duras penas encontrado sob um armário da área de serviço. Malajambrou-se numa travessa de peixe, funda, suprema ironia, sob os retalhados raios de luz que subiam refletidos pela Baía da Guanabara. A Baía de Guanabara... Parece chamar seu filho de volta às águas.
É o que se esperaria dele, se houvesse voz superior a esperar alguma coisa. O peixe voador que aterrissou em sua varanda. Vindo de onde? Mal lê o que lê, seção de Política, sempre a mesma ladainha. Vindo de onde? Um peixe caído do céu, o jornal repousando à mesa, a Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar e um canto estridente vindo de baixo.
Olha o mar, o Pão de Açúcar, gaivotas em rasantes. Vem a fome, o peixe respira lentamente, o jornal sofreu alguns respingos mas dá para ler. O café foi deixado pronto na garrafa térmica, tem pão e manteiga, não custa servir-se. Depois... Depois levar o peixe de volta.
Espirra água da travessa de peixe, um golpe certeiro vara o ar, um bater de asas sacode ali perto e faz vento em sua cara. A gaivota! Veio buscar o peixe que lhe escapara das garras.
Em vão: este está salvo, por obra e graça do destino, ao menos desta vez. O homem agora pode dedicar-se a seu pão, embora com alguma pressa devido ao avançado da hora. O discurso do deputado volta a fazer sentido, se bem que um dia aquele jornal pode vir a embrulhar o mesmo peixe. E daí?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Diário de Aula

Hoje fizemos uma música no Pro-Tools, e gostei de saber como era a criação e organização ,ouvindo cada etapa, como a batida,ritmo,guitarra,pulsação ,etc.
Depois teve aula de Arte Digital ,onde desenhamos de 2 jeitos : primeiro foi feito por memória, desenhando uma bicicleta do jeito que recordavamos; depois com observação ,o que na minha opinião ,foi bem mais difícil.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Livestream

Poderia fazer um documentário ,como um tipo de cinema ao vivo ,utilizando a projeção, também um reality show, como narração, um video de dança, mostrar a produção de uma arte, filmar enquanto se desenha ou pinta uma tela; O dia-a-dia de um local , relatar fatos ou acontecimentos de um local em tempo real, fazer uma exposição e mostrá-la em tempo real para muitas pessoas; Mostrar um show ,uma partida de jogo , ou qualquer apresentação de interesse. Passar um vídeo com o projetor através do Livestream ,entre muitas outras coisas.